sexta-feira, 21 de novembro de 2014

Da dor:

O mundo, que outrora parava para nosso amor sob a luz da lua, na ponte de madeira daquele rio longe, parava agora naquele colchão cheio de marcas de uma noite - que sabíamos - perigosa, para não voltar mais. Parava para o fim. Parava para a dor. 
Seu olhar de poesia era naquele instante de poesia triste. Da mais melancólica espécie. 
E eu o olhava também, queria matá-lo, amá-lo, dizer que o odiava, que o amava, que nunca mais o queria ver, que não se afastasse um segundo sequer, que nunca mais me tocasse, que o queria pra sempre. Não disse nada.
Fitei-o com olhos mergulhados em lágrimas. Nas ais amargas e tristes lágrimas.
E o mundo ali, parado.


"Todo chão se abre." 

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